02/09/11

Dia 14 - O Purgatório

27 de Agosto, 2011
Inhambane, Moçambique

Esta manhã deixamos o Paraíso. Ficou a vontade de voltar, pois como seria de esperar todos nós queremos sempre o melhor. Apanhamos então o avião e voamos de volta a Vilanculos. De volta ao "mini-aeroporto do Porto" lá estava o nosso Volvo à espera. O nosso destino de hoje era o hotel Flamingo Bay em Inhambane, outra cidade costeira e que recebeu o seu nome com a chegada do Sr. Gama, em 1498, significando "Terra da Boa Gente". Pelas fotografias disponíveis na internet, antevia-se outro encontro com o Paraíso, mas chegando lá foi como ficar a um passo do céu.

Pelo caminho passamos pelo trópico de Capricórnio (outra estreia para mim), é engraçado como até aqui, no meio de África, isso está marcado na estrada. Curiosamente, já tinha reparado no Malawi a presença de placas castanhas junto à estrada, informando os viajantes que se encontravam perto de património cultural/arqueológico/arquitectónico, tal e qual como em Portugal. Infelizmente os horários são muito apertados e não temos tempo para parar ou fazer desvios. Certamente que passamos por lugares únicos e/ou marcos importantes para a história da Humanidade. O roadbook contém algumas informações sobre os locais onde vamos passando (e que eu tento transmitir aqui), o que me vai satisfazendo o meu bichinho curioso.

Chegando a Inhambane encontramos uma cidade com traços do colonialismo português na sua arquitectura. A vila desenvolveu-se numa espécie de península, junto à baía de Inhambane, e o nosso hotel encontra-se sobre a água. Ou pelo menos assim parecia na internet. Na realidade é sobre um mangal, uma espécie de pântano, que se regula pelas marés e deixa um aspecto desolador na maré vaza. O tempo também não ajudou, visto que estava um vento forte, desencorajador a qualquer tipo de banho durante a maré alta. No entanto tem piada a maneira de como o hotel está organizado, têm o edifício principal na costa e depois umas passadeiras com cerca de 100 metros sobre o mangal encaminham-nos aos quartos. Nestas passadeiras circulam uns carrinhos de Golf que ajudam os hóspedes a fazer a travessia. À noite teve lugar um jantar no edifício principal, onde o meu Pai e eu ganhamos uma medalha pelo nosso tempo na secção especial à saída da Gorongosa.

Deixar o paraíso nunca deve ser fácil para ninguém, para mim, o dia de hoje foi como descer ao purgatório.

Até amanhã

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