08/09/11

Dia 17 - A Vida na Savana

30 de Agosto, 2011
Kruger Park, África do Sul

O acordar hoje foi um bocado complicado: talvez por saber que só irei descansar novamente daqui a uma semana ou talvez pela cama do Polana ser fantástica. O que é certo é que custou a levantar e entrar novamente no carro. Hoje foi o dia mais curto da prova, com apenas 130km para fazer entre Maputo e o Kruger Park, na África do Sul. A viagem acabou por decorrer sem problemas, apesar de pelo meio termos a fronteira. Do lado moçambicano 1200 meticais pouparam-nos de uma fila enorme e no lado sul-africano a eficiência de um país mais evoluído tratou do resto.

Após se cruzar a fronteira fica uma sensação de se estar a deixar África para trás e de estarmos a entrar num espaço completamente diferente. Os últimos quilómetros em Moçambique deixam uma imagem pobre do país, casas em adobe, sem eletricidade e num ambiente semi-árido. A África do Sul é o oposto. Após se cruzar a fronteira somos carregados (visualmente) com campos plantados, placares de publicidade, diferentes tonalidades de verde, ruas arranjadas e carros de outras marcas que não a Toyota. Foi também preciso chegar à África do Sul para perceber que aqui o Sol não passa pelo Sul, mas sim pelo Norte.

A pouco mais de 30km da fronteira entramos no Kruger Park, uma das mais famosas reservas de vida selvagem em África. O parque permite a circulação de veículos, mantendo as suas estradas em óptimas condições, e permitindo aos que por lá passam cruzarem-se com elefantes, girafas, rinocerontes, impalas, entre outros. Ao chegarmos ao nosso lodge foi-nos servido um almoço óptimo e durante a tarde fomos fazer outro game drive. Sempre ouvi falar que o Kruger era um dos melhores lugares para se fazer safaris, com uma variedade imensa de animais e, sobretudo, fáceis de se encontrar. Confesso que com essas expectativas e as óptimas experiências do Selous, preparei-me para algo que nunca aconteceu! Aqui os jipes não podem sair dos trilhos, a paisagem era desoladora, parecia que estávamos a atravessar um deserto, e os poucos animais que vimos estavam muito ao longe. Grande parte do percurso era junto à fronteira do parque com terrenos cultivados sul-africanos, o que me deu mais a sensação de que nada daquilo era genuíno. Por certo estou a ser demasiado exigente, mas este era o meu terceiro game drive em duas semanas e não gostei nada (o Kruger é um parque enorme e portanto poderei ter estado na sua pior parte, acredito que haja melhores locais que este). Selous vale por uma experiência única como estar a 1 metro de leões a cometem um búfalo e a Gorongosa vale pelas paisagens fantásticas.

O factor mais positivo deste desvio ao Kruger foi o alojamento. Era dividido em tendas e decoradas num estilo colonial. Não fosse a eletricidade e estaria como no início do século XX. O campo era muito pequeno e alberga 10 pessoas no máximo (o grupo inteiro dividiu-se por 3 acampamentos diferentes). O edifício principal era também uma tenda, dividida em sala de jantar, estar e cozinha, com uma varanda fantástica sobre a savana. No fim do almoço apareceu um elefante junto à varanda e por lá ficou a deliciar-se com umas folhagens, enquanto se deixava fotografar por 10 humanos.

Até amanhã

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