07/09/11

Dia 16 - O Colonialismo

29 de Agosto, 2011
Maputo, Moçambique

Hoje foi o último dia de descanso até chegarmos à cidade do Cabo. O dia acordou cinzento, tal como ontem, o que descartou a possibilidade de um dia na piscina. O meu Pai acabou por ir com o carro a um mecânico, ver se conseguia resolver de vez o problema no amortecedor, e eu fiquei-me pelo hotel.

A meio da manhã fui com um grupo de outros participantes no rally a um jardim a cerca de 200 metros do Polana, onde estava a decorrer uma feira de artesanato moçambicano (ou africano). As principais peças que por lá se vendiam eram estátuas de todos os feitios e tamanhos, feitas em pau preto embora a maioria aparentasse tratar-se de madeira normal com uma boa dose de graxa por cima. Havia por lá dois ou três indivíduos que estavam realmente a trabalhar em madeira, mas será tudo marketing? Pelo que se diz a China é um dos maiores produtores de artesanato africano, chegando mesmo a ter melhor qualidade que os verdadeiros produtos. Depois de ver dezenas de tipos a venderem o mesmo tipo de estatuetas, tabuleiros ou colares, concluo com muita tristeza que esses boatos serão verdadeiros, e que haverá um grande armazém chinês nos arredores de Maputo que abastece todos estes tipos com artesanato made in China. À hora do almoço foi a vez de provar uma feijoada, feita no hotel a pedido do Giancarlo (um participante italiano que é louco por feijoada) e estava óptima.

Da parte da tarde o grupo português arranjou 2 táxis e foi explorar a baixa da cidade, onde aproveitei para apreciar um pouco mais do colonialismo português. A nossa primeira paragem foi a estação de comboio de Maputo, inaugurada em 1910, e considerada pela revista Travel&Leisure uma das mais bonitas do mundo. Este edifício funciona também como um pequeno museu, onde estão expostas duas locomotivas importantes para a história dos caminhos de ferro moçambicanos. A paragem seguinte foi o mercado municipal. Actualmente funciona no exterior do edifício, que se encontra em reparações depois de um incêndio ter destruído uma parte, e é tudo o que se pode esperar de um mercado africano. É confuso, um pouco sujo, com muita gente e, acima de tudo, divertido. Logo à entrada estão as peixeiras, quase em cima da rua e com os peixes pousados em balcões cinzentos, sem qualquer tipo de refrigeração ou gelo. Quanto mais nos embrenhamos no mercado mais confuso fica, tendo de um lado um tipo a vender cestos, do outro uma frutaria e em frente o tipo da hortaliça a regar as couves para lhes dar um ar de frescura. Temos também a zona das perucas, os quiosques de produtos de beleza, balcões de pronto a comer (onde é mais provável uma desinteria que uma refeição saudável) e gaiolas com pássaros. É um autêntico labirinto de cores, cheiros e sons.

Vivos e com aparente boa saúde chegamos ao hotel e de banho tomado fomos jantar ao famoso restaurante Costa do Sol, um local icónico em Maputo, onde comi os melhores camarões de sempre. Simplesmente deliciosos. Mas como tudo o que é bom acaba rápido, lá se foi o dia de descanso e amanhã é dia de acordar cedo.

Até amanhã

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